O Tabuleiro Politico

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a ser alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. Na quarta-feira (16 de julho de 2025), Moraes anunciou que notificará Tarcísio após o advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, insinuar que o governador participou de uma reunião no Palácio da Alvorada, em 19 de novembro de 2022, onde teria sido discutida a chamada “minuta do golpe”. A iniciativa de Moraes, que já arquivou um pedido anterior do PSOL para incluir Tarcísio no inquérito, é vista por aliados de Bolsonaro como uma tentativa de perseguição política contra a direita, especialmente porque Tarcísio é apontado como o principal sucessor do ex-presidente na liderança do movimento conservador para as eleições de 2026.

Tarcísio como Sucessor de Bolsonaro

Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro e eleito governador de São Paulo em 2022, consolidou-se como uma das principais figuras da direita brasileira. Com 5,2 milhões de seguidores no Instagram e uma agenda de privatizações e segurança pública que ecoa o discurso bolsonarista, Tarcísio é frequentemente citado como o favorito para suceder Bolsonaro, que está inelegível até 2030. Sua presença em atos pró-Bolsonaro, como o de 29 de junho de 2025 na Avenida Paulista, e o aumento de postagens favoráveis ao ex-presidente (35 em 2025, contra 11 em 2023) reforçam sua proximidade com a base bolsonarista. Líderes do PL, como o senador Flávio Bolsonaro, já declararam que qualquer candidato da direita em 2026 deve ter o aval de Bolsonaro, e Tarcísio é visto como o nome mais forte para enfrentar Lula ou seu indicado.

Apesar de negar ambições presidenciais e afirmar que buscará a reeleição em São Paulo, Tarcísio tem ampliado sua influência, com gestos como críticas veladas ao STF e apoio às declarações de Donald Trump contra a “perseguição” a Bolsonaro. Sua popularidade, que atingiu 58% de aprovação em São Paulo segundo a pesquisa Atlas de julho de 2025, o coloca como uma ameaça ao projeto político do PT, o que, para a oposição, explica o interesse de Moraes em trazê-lo para o centro do inquérito do golpe.

A Notificação de Moraes e a Acusação de Perseguição

A citação de Tarcísio no inquérito surgiu durante uma audiência no STF, quando o advogado Jeffrey Chiquini questionou o delator Mauro Cid sobre a presença do então ministro da Infraestrutura no Alvorada no mesmo dia em que a “minuta do golpe” foi discutida. Chiquini apresentou uma planilha de acessos ao Palácio, sugerindo que Tarcísio esteve no local em horário próximo ao de Filipe Martins. Moraes, que considerou a menção uma “insinuação”, anunciou que oficiará Tarcísio para esclarecimentos, advertindo o advogado por insistir no tema. “O senhor está acusando alguém de ter feito as imagens desaparecerem?”, questionou Moraes, em um embate que gerou críticas de bolsonaristas por suposta tentativa de intimidação.

Tarcísio negou qualquer envolvimento em conversas sobre golpe, reiterando à CNN que sua visita ao Alvorada em 19 de novembro de 2022 foi por “solidariedade” a Bolsonaro após a derrota eleitoral. O governador já havia prestado depoimento como testemunha de defesa de Bolsonaro em 30 de maio de 2025, em uma sessão de menos de 10 minutos, sem perguntas de Moraes ou da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na ocasião, Tarcísio afirmou que Bolsonaro estava “triste e resignado” e que nunca ouviu falar de medidas antidemocráticas. A PGR, liderada por Paulo Gonet, arquivou um pedido anterior do PSOL para investigar Tarcísio, considerando que não havia evidências de sua participação na trama golpista.

A decisão de Moraes de notificar Tarcísio, mesmo após o arquivamento, foi interpretada por aliados de Bolsonaro como uma manobra para desgastar o governador e enfraquecer a direita. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou no X que “Moraes quer criminalizar qualquer um que se alinhe a Bolsonaro, mas Tarcísio não vai ceder”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o STF de “perseguir quem defende a liberdade”, enquanto o ex-deputado Eduardo Bolsonaro, agora nos EUA, chamou a notificação de “intimidação clara”. Posts no X, como o de @GuiaPolitics, reforçam a narrativa de que Moraes busca atingir Tarcísio por seu potencial eleitoral.

Reações e Implicações Políticas

O governo Lula, por meio do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, defendeu a atuação de Moraes, alegando que “ninguém está acima da lei”. Farias, que recentemente pediu ao STF que investigasse Tarcísio por obstrução de justiça, com base em uma suposta ligação do governador a ministros do STF para negociar a viagem de Bolsonaro aos EUA, vê a notificação como um passo para esclarecer os eventos de 2022. A primeira-dama Janja também criticou Tarcísio, chamando-o de “aliado de golpistas” em um evento em São Paulo. No entanto, o Palácio dos Bandeirantes reiterou que Tarcísio “jamais participou ou tomou conhecimento de qualquer reunião sobre golpe” e que os esclarecimentos já foram prestados.

A oposição, liderada pelo PL, Novo e Republicanos, acusa Moraes de usar o inquérito para perseguir adversários políticos, especialmente após sua decisão de validar o aumento do IOF de Lula, que derrotou o Congresso. O advogado constitucionalista André Marsiglia, em coluna na Folha de S.Paulo, argumentou que “o STF, sob Moraes, age como um tribunal político, mirando figuras da direita para neutralizá-las antes de 2026”. A narrativa de perseguição ganha força com a renúncia de Eduardo Bolsonaro, que deixou o mandato temendo prisão, e a pressão de Trump, que ameaça tarifas de 50% contra o Brasil em apoio a Bolsonaro.

Impactos para 2026 e a Direita Brasileira

A notificação de Tarcísio por Moraes pode ter consequências significativas para a corrida presidencial de 2026. Como favorito da direita, Tarcísio enfrenta o desafio de manter sua popularidade em São Paulo enquanto lida com a pressão judicial. Sua estratégia de evitar críticas diretas ao STF, mantendo uma relação cordial com Moraes em eventos públicos, como a cerimônia do centenário do TCE-SP em 2024, está sendo testada. A decisão de Moraes de oficiá-lo, apesar da falta de evidências concretas, pode forçar Tarcísio a adotar um discurso mais confrontacional, alinhando-se ainda mais à base bolsonarista.

A crise também expõe a fragilidade do governo Lula, que enfrenta uma economia em desaceleração e tensões com os EUA. A validação do IOF por Moraes e a notificação de Tarcísio reforçam a percepção de alinhamento entre o STF e o PT, alimentando a narrativa de “perseguição à direita”. Posts no X, como o de @republiqueBRA, destacam que a ação de Moraes “mira o principal nome da oposição para 2026”. Enquanto isso, o mercado reagiu com nervosismo, com o real desvalorizando 1,8% frente ao dólar após a notícia, segundo o InfoMoney.

O inquérito do golpe, que já indiciou 40 pessoas, incluindo Bolsonaro, segue até 23 de julho, e a notificação de Tarcísio pode ser um divisor de águas. Se o governador for formalmente investigado, sua candidatura em 2026 pode ser prejudicada, mas a narrativa de perseguição pode galvanizar a direita. Por outro lado, a ausência de provas concretas contra Tarcísio, como apontado pela PGR, pode reforçar sua imagem como vítima de um sistema judicial politizado, consolidando sua liderança entre os conservadores.

  • Tarcísio de Freitas
  • Alexandre de Moraes
  • inquérito do golpe
  • Jair Bolsonaro
  • perseguição política
  • STF
  • minuta do golpe
  • direita brasileira
  • eleições 2026
  • Lula

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

RocketplayRocketplay casinoCasibom GirişJojobet GirişCasibom Giriş GüncelCasibom Giriş AdresiCandySpinzDafabet AppJeetwinRedbet SverigeViggoslotsCrazyBuzzer casinoCasibomJettbetKmsauto DownloadKmspico ActivatorSweet BonanzaCrazy TimeCrazy Time AppPlinko AppSugar rush
error

Enjoy this blog? Please spread the word :)