O Tabuleiro Politico

Em um discurso inflamado na tribuna da Câmara dos Deputados, na tarde de 10 de junho de 2025, o deputado André Fernandes (PL-CE) acusou o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de trair a oposição e o povo brasileiro ao se recusar a pautar a votação sobre a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A decisão de Motta, que considerou a perda do mandato de Zambelli uma “consequência automática” da condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi classificada por Fernandes como uma “rendição covarde” ao Judiciário politizado de Alexandre de Moraes. O pronunciamento, que viralizou nas redes sociais, expõe o racha na base aliada da direita e reforça a narrativa de perseguição contra lideranças conservadoras pelo establishment esquerdista. Enquanto o PT celebra a desarticulação da oposição, a saúde psicológica de Zambelli, foragida na Itália, deteriora-se sob a pressão de um sistema judicial que a direita acusa de servir aos interesses petistas.

O Discurso de André Fernandes: Um Grito contra a Traição

Durante a sessão plenária de 10 de junho, André Fernandes subiu à tribuna para expressar a indignação da oposição com a postura de Hugo Motta. “O sentimento é de traição, presidente! O senhor joga no lixo a soberania desta Casa e os quase um milhão de votos que elegeram Carla Zambelli”, declarou o deputado cearense, em tom contundente. Fernandes acusou Motta de violar o artigo 55 da Constituição Federal, que exige votação em plenário para a perda de mandato por condenação criminal, e de se curvar a um STF que, segundo ele, “age como tribunal de exceção sob o comando de Alexandre de Moraes, um capataz da esquerda”.

O discurso, transmitido ao vivo e amplificado por apoiadores nas redes sociais, com hashtags como #MottaTraidor e #ZambelliResiste, destacou a gravidade do precedente aberto por Motta. “Hoje é Zambelli, amanhã pode ser qualquer um de nós que ousar enfrentar o PT e seus aliados. A Câmara não pode ser um fantoche do Judiciário”, afirmou Fernandes. O deputado também fez um apelo aos colegas do Centrão, que têm evitado confrontar o STF: “Vocês, que se dizem neutros, estão escolhendo o lado da tirania. A história não perdoará os covardes.”

A reação de Motta foi contida. Em nota à imprensa, o presidente da Câmara reiterou que “a decisão do STF é soberana” and que a Casa deve respeitar o trânsito em julgado da condenação de Zambelli, sem necessidade de votação. A postura, no entanto, foi vista pela oposição como uma capitulação que enfraquece a autonomia do Legislativo e desrespeita a vontade popular.

O Contexto da Crise: Zambelli na Mira do STF

Carla Zambelli, uma das vozes mais proeminentes do bolsonarismo, foi condenada em maio de 2025 a 10 anos de prisão em regime fechado pelo STF, acusada de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica por supostamente orquestrar, com o hacker Walter Delgatti Netto, a inserção de um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A defesa da deputada contesta as provas, baseadas exclusivamente nos depoimentos de Delgatti, descrito como “mentiroso contumaz” por aliados de Zambelli.

Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil rumo à Itália, onde busca tratamento médico para depressão, síndrome de Ehlers-Danlos e síndrome da taquicardia postural ortostática. A saída, classificada por Moraes como “fuga”, levou à inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol e ao bloqueio de suas contas bancárias e redes sociais. O STF também determinou a perda automática de seu mandato, medida que, segundo juristas como Katia Magalhães, viola a Constituição, que reserva à Câmara a decisão final sobre cassações.

A recusa de Hugo Motta em pautar a votação intensificou as tensões na Câmara. Deputados como Luciano Zucco (PL-RS) e Bia Kicis (PL-DF) endossaram o discurso de Fernandes, acusando Motta de “entregar a cabeça de Zambelli ao STF” e de abrir um precedente perigoso para a democracia. Enquanto isso, a esquerda, liderada por figuras como Lindbergh Farias (PT-RJ), aplaude a decisão, argumentando que “Zambelli desrespeitou a justiça ao fugir” e que Motta “agiu com responsabilidade”.

A Divisão na Direita e o Silêncio do Centrão

O caso Zambelli expõe as fissuras na base da direita. Enquanto deputados do PL, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), defendem a colega e pressionam por uma votação em plenário, aliados do Centrão, como PSD e PP, mantêm silêncio ou apoiam Motta nos bastidores. A falta de apoio a Zambelli, que nunca teve amplo trânsito entre os partidos, reflete o pragmatismo do Centrão, que evita confrontos diretos com o STF para preservar acordos políticos. “Zambelli paga o preço por sua postura combativa, mas o custo será de todos nós se o Legislativo continuar refém do Judiciário”, alertou Zucco.

Nas redes sociais, o sentimento de traição ecoado por Fernandes ganhou força. Usuários como @PatriotaBR22 criticaram Motta, afirmando: “Hugo Motta entrega a democracia ao STF e vira as costas para o povo. #ZambelliResiste”. A mobilização digital reforça a narrativa de que a direita enfrenta uma guerra desigual contra um sistema dominado pela esquerda, com o PT se beneficiando da omissão de lideranças como Motta.

O Drama Psicológico de Zambelli: Uma Líder Sob Pressão

A escalada da crise política tem agravado o estado psicológico de Carla Zambelli. Diagnosticada com depressão e condições médicas graves, a deputada afirmou, em entrevista à Rádio Auriverde, que sua saída do Brasil foi motivada pela necessidade de tratamento e pelo medo de “não sobreviver à prisão”. O bloqueio de suas contas, a suspensão de suas redes sociais e as medidas judiciais contra sua mãe, Rita Zambelli, e seu filho, João Zambelli, intensificam o que a direita chama de “linchamento judicial”. “O STF não persegue apenas a deputada, mas a mulher, a mãe e a cidadã. É uma crueldade sem precedentes”, declarou Zambelli em nota.

O isolamento político, agravado pelo afastamento de Jair Bolsonaro, que a culpou pela derrota nas eleições de 2022, deixa Zambelli em uma posição vulnerável. Antes uma figura central do movimento “Nas Ruas”, ela agora luta sozinha, em solo estrangeiro, contra um Judiciário que a direita acusa de servir aos interesses do PT. A mobilização de aliados como Fernandes sinaliza uma tentativa de reverter esse quadro, mas o apoio ainda é insuficiente para frear a ofensiva judicial.

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