O Tabuleiro Politico

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira, 13 de junho de 2025, pela Polícia Federal (PF) em Brasília, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A detenção, parte das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, foi motivada por indícios de que Cid teria recebido ajuda do ex-ministro Gilson Machado para obter um passaporte português, com o objetivo de fugir do Brasil. No entanto, poucas horas após a prisão, o próprio Moraes revogou a medida, convertendo-a em uma determinação para que Cid preste depoimento à PF na próxima segunda-feira, 16 de junho. A reviravolta intensifica a crise política envolvendo aliados de Bolsonaro, com a oposição denunciando “arbitrariedade” do STF e o PT celebrando o cerco aos investigados. A decisão de Moraes, que mantém Cid sob monitoramento, reacende o debate sobre a condução das investigações e a polarização no Brasil.

A Prisão e a Revogação: Uma Manhã de Tensões

A prisão de Mauro Cid foi deflagrada às 7h da manhã, quando agentes da PF cumpriram mandado em sua residência em Brasília. A operação, autorizada por Alexandre de Moraes no âmbito da ação penal 2.688/DF, também incluiu a detenção do ex-ministro Gilson Machado em Recife, sob suspeita de articular a emissão de um passaporte português para Cid. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a tentativa de obter o documento, em 12 de maio de 2025, configuraria obstrução de justiça, com o objetivo de evitar que Cid enfrentasse o julgamento no STF. A PF apreendeu celulares e documentos na casa do ex-ajudante de ordens, que foi levado à Superintendência da PF no Distrito Federal.

Por volta das 14h, no entanto, Moraes revogou a prisão preventiva de Cid, determinando sua soltura imediata com a imposição de medidas cautelares, incluindo comparecimento para depoimento na segunda-feira, proibição de deixar o país e monitoramento eletrônico. A decisão, publicada no sistema do STF e confirmada por fontes da CNN Brasil, não detalhou os motivos da revogação, mas fontes próximas à investigação, citadas pelo O Globo, sugerem que Moraes considerou “suficiente” o depoimento agendado para esclarecer os fatos, evitando a manutenção da prisão preventiva. Gilson Machado, por outro lado, permanece detido, com audiência de custódia marcada para sábado, 14 de junho.

O Contexto: Cid e a Investigação do Golpe

Mauro Cid é uma figura central na investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, que teria buscado impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a vitória nas eleições. Réu na ação penal 2.688/DF, Cid é acusado de integrar o núcleo operacional do plano, elaborando minutas golpistas e articulando com militares. Sua delação premiada, homologada pelo STF em 2023, forneceu detalhes cruciais sobre as reuniões no Palácio da Alvorada e a participação de aliados de Bolsonaro, mas a PGR questiona se Cid omitiu informações ou continuou a obstruir a justiça.

A suspeita de tentativa de fuga surgiu após a PF identificar, em maio de 2025, contatos entre Gilson Machado e o Consulado de Portugal em Recife, supostamente para emitir um passaporte português em nome de Cid, que possui cidadania portuguesa desde 2023. A defesa de Cid, liderada pelo advogado Cezar Bitencourt, nega que ele tenha solicitado o documento, afirmando que sua carteira de identidade portuguesa foi entregue ao STF no ano passado. “Meu cliente está à disposição da justiça e nunca cogitou deixar o Brasil”, declarou Bitencourt à Folha de S.Paulo.

Reações: Oposição Denuncia Perseguição, PT Celebra

A prisão de Cid, mesmo que temporária, gerou reações imediatas. A oposição, liderada pelo Partido Liberal (PL), classificou a ação como uma “arbitrariedade” do STF. O deputado André Fernandes (PL-CE) publicou no X: “Mauro Cid preso por Moraes sem provas sólidas, solto horas depois. Isso é terrorismo judicial contra bolsonaristas!” A deputada Bia Kicis (PL-DF) reforçou a crítica, afirmando que “o STF usa prisões para intimidar e silenciar a direita”. A hashtag #LiberdadeParaCid ganhou tração entre apoiadores de Bolsonaro, com usuários como @PatriotaBR22 acusando Moraes de agir como “braço do PT”.

O PT, por sua vez, celebrou a prisão inicial como um avanço nas investigações. O senador Humberto Costa (PT-PE) escreveu no X: “Mauro Cid, peça-chave do golpe bolsonarista, preso por tentar fugir. A justiça está fechando o cerco!” Após a revogação, aliados do governo minimizaram a soltura, destacando que Cid permanece sob investigação. “A prisão foi um recado claro: ninguém está acima da lei”, declarou o deputado Rogério Correia (PT-MG) à Rede Brasil Atual. A narrativa petista é reforçada por movimentos de esquerda, que veem na ação do STF um combate à impunidade.

Impacto Político: Um Novo Episódio na Crise

A prisão e a rápida soltura de Mauro Cid intensificam as tensões entre o STF e o bolsonarismo, em um momento de crise para aliados de Jair Bolsonaro. A detenção de Gilson Machado, ainda em curso, e a investigação sobre a tentativa de golpe mantêm a pressão sobre o PL, que enfrenta dificuldades para reorganizar sua base antes das eleições de 2026. Analistas do Metrópoles apontam que a revogação da prisão de Cid pode ser uma estratégia de Moraes para evitar críticas de excesso, mas a manutenção de medidas cautelares reforça o controle do STF sobre os investigados.

Para o governo Lula, o episódio fortalece a narrativa de que o Judiciário está comprometido em punir os responsáveis por ameaças à democracia. No entanto, a oposição alerta para o risco de uma “judicialização seletiva”, com deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) questionando a imparcialidade de Moraes. “Cid é preso sem provas concretas, enquanto aliados do PT escapam de investigações. O STF escolhe lados”, afirmou Ferreira no X.

O Futuro: Depoimento e Desdobramentos

O depoimento de Mauro Cid, marcado para 16 de junho, será crucial para esclarecer sua relação com Gilson Machado e a tentativa de emissão do passaporte. A PF também investiga se outros aliados de Bolsonaro estiveram envolvidos na articulação, o que pode ampliar o escopo da ação penal. A soltura de Cid, embora alívie a pressão imediata sobre ele, não o isenta de novas medidas judiciais, especialmente se forem encontrados indícios de violação da delação premiada.

A prisão de Machado, por outro lado, mantém o foco no ex-ministro, cuja defesa deve contestar a legalidade da detenção. O caso reforça a percepção de que o STF, sob a liderança de Moraes, adota uma postura firme contra suspeitas de obstrução, mas também expõe o Judiciário a críticas de parcialidade. Enquanto o Brasil aguarda os próximos capítulos, a polarização política continua a dominar o cenário, com Cid e Machado no centro de uma batalha que vai além da justiça.

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